Uma viagem fotográfica em Myanmar
Um dos passos para evoluirmos na nossa fotografia é conhecer trabalhos de outros fotógrafos em várias áreas, conhecer um pouco da história, dos equipamentos e principalmente dos resultados.
Hoje eu traduzi o artigo do Bennett Stevens, escritor e fotógrafo californiano que vive na Tailândia e ele conta um pouco da sua jornada fotográfica em Myanmar, país do sul da Ásia, antiga Birmânia. Eu te convido a ler e a clicar nas fotos para observá-las em tamanho grande, vale a pena!
Uma viagem fotográfica em Myanmar
O que é mais impressionante para um fotógrafo que visita a Myanmar, além das legiões de templos e mosteiros magníficos, são as pessoas. Os 135 grupos étnicos oferecem uma extraordinária diversidade de temas, mas é a sua natureza acolhedora e a vontade de abrir as suas vidas para o estrangeiro que tem em punho uma câmera fotográfica, que nunca deixa de surpreender. Como diretor de fotografia de uma empresa de viagem sediada em Myanmar, tenho a sorte de trabalhar por toda esta terra fotogênica com os seus dois mais famosos fotógrafos de viagem, bem como um grande e premiado fotógrafo ocidental que a conhece bem.
Todos os três fotógrafos têm distintamente diferentes estilos e abordagens. Fotografar com o “Fotógrafo do Ano” Kyaw Kyaw Winn, é como sair com Yoda. Ele tem um conhecimento quase metafísico da fotografia e equipamento fotográfico, e carrega uma grande variedade deles na estrada. O que mais me impressiona sobre o seu conjunto de habilidades, é a sua capacidade de fotografar de forma brilhante em qualquer estilo e em qualquer luz, incluindo as mais severas condições.
O colaborador da National Geographic, David Lazar, por outro lado, é um minimalista, carregando apenas uma única câmera e lente. Seu foco principal é o retrato, e sua quantidade de luz preferida é suave e uniforme. O maior trunfo de David na minha opinião é a sua capacidade de se relacionar com todos os tipos de pessoas que não falam sua língua e conseguir fazê-los se sentir confortáveis em passar, por vezes, grandes períodos na frente da sua lente.
O vencedor do voto público do concurso Hasselblad Master 2010 e contribuinte da National Geographic, AP Soe, tem como seu primeiro amor a fotografia de paisagem (ele é a única pessoa que conheço que possui o conjunto de filtros Singh Ray completo!). Recentemente, ele tornou-se um excelente retratista. AP é um daqueles caras que você só pode se maravilhar, que sempre parece tirar a melhor foto do dia, mesmo que você esteja de pé ao lado dele e tendo a mesma imagem, a foto capta emoções que sua visão não consegue.
O Triângulo Dourado de Myanmar foi pouco fotografado por fotógrafos estrangeiros, mesmo possuindo impressionantes terraços de arroz e numerosos povos indígenas. As principais razões estão relacionadas ao tempo e ao esforço para conseguir os melhores resultados. Para capturar o arroz amarelo por exemplo, como nesta imagem impressionante de Kyaw Kyaw Winn, você talvez tenha uma janela de três dias antes que ele seja colhido. É também uma estação de monção (ventos), assim o tempo também desempenha um papel importante para conseguir uma foto, além de um bom guia. Isso vale para chegar aos grupos tribais mais interessantes e remotos também.
Uma dessas tribos interessantes é o En. Eles são um povo indígena que só existe em Myanmar e estão desaparecendo. Esta foto premiada de Bennett Stevens mostra uma mulher En jogando arroz com seu filho dormindo em suas costas. Eles são animistas, possuem a crença de que não há separação entre o mundo espiritual e físico (ou material) e de que existem almas ou espíritos, não só em seres humanos, mas também em alguns outros animais, plantas, rochas, características geográficas (como montanhas ou rios) ou de outras entidades do meio ambiente natural. Muitas vezes morrem com os dentes completamente negros, uma prática que acreditam marcá-los com sendo superiores a outros animais de dentes brancos como ratos e cachorros.
Monges e freiras de todas as idades têm um papel muito importante na cultura birmanesa, e junto com os templos espetaculares, são os temas mais fotografados por fotógrafos de viagens, nacionais e estrangeiras.
Monges novatos acendem velas para Buda em Bagan.
Monge fazendo oração na “Pedra Dourada”, Mon State.
O lago Inle no estado de Shan é o lar de inúmeras tribos. O mais fotogênicos são os “Intha”, que primeiro se estabeleceram no lago cerca de 800 anos atrás, e desenvolveram seu estilo de um remo só, a fim de ajudá-los a manobrar suas canoas de pesca.
Pescador Intha, Lago Inle.
Pôr do sol na Ponte U Bein, Amarapura.
Terraços de arroz em Shan State.
Nascer do sol em Hpa An.
Monge intermediário rezando para Buddha em uma caverna santuária em Mon State.
Mais de 700 templos budistas com arquitetura exclusiva foram descobertos nas florestas ao redor do reino da dinastia perdida de Mrauk U.
Mulher Chin em uma vila remota fora de Mrauk U, acessível apenas por via fluvial. A tatuagem, antiga marca entre as tribos Chin, não é mais praticada, como mostrado pelo mural ao fundo da neta da mulher.
Os 2.220 templos antigos ainda em pé em Bagan, formam um dos sítios arqueológicos mais impressionantes do mundo, e é compreensivelmente, o destino turístico número um de Myanmar.
Interior de um templo em Bagan.
Bagan é também uma vila rural de trabalhadores, com cabras e gado pastando no meio dos templos, e casas banhadas pelo pôr do sol.
Espero que tenha gostado e que as fotos possam lhe inspirar em sua jornada fotográfica.
Boas fotos!
ENCANTADORAS, DISPENSA QUALQUER COMENTÁRIO.
NORMA TAVARES.
Obrigada por comentar Norma, eu também a-do-rei as fotos!
Abraços,
Simxer
Lindas fotos!
´Demais! 🙂
Simplesmente espetacular.
Demais José!!
Fantástico, mágico, inspirador! Imagens intensas com cores suavemente intensas. Me fazem lembrar de Deus e o quão magnífico pode ser o nosso mundo! Quero ser assim quando crescer!!! Obrigada Simxer
Obrigada por comentar Gabriella, também fiquei como você 🙂
Eu nunca tinha visto um campo de arroz amarelo. Até ler esse artigo que você traduziu, eu só tinha visto campos de arroz verde. As fotos são belíssimas! Os fotografos estão de parabéns.
Muito legal né Luciana, eu também nunca tinha visto, fiquei encantada!
Obrigada por comentar!
Abraços.
Nossa! Tenho sonhos de fazer fotos assim é uma pena que os equipamentos estejam tão caros.. .São de encher os olhos.Valeu……
É um conjunto de coisas, mas sim, os equipamentos podem fazer diferença nesse tipo de fotografia e o dólar não tem ajudado muito a gente, né?
Obrigada por comentar!
Abraços.
Muito lindo. Não sei dizer qual gostei mais. Interior de um Templo em Bagan, me impressionou; As fotos de Kyaw, tb são de uma beleza indescritível! Obrigada por preencher minha visão com maravilhas.
E eu agraço o feedback. Concordo com você, também fiquei na dúvida qual gostei mais!
Abraços