Histograma, o que é e como usar
Hoje iremos falar sobre um assunto muito importante: histograma. Você vai aprender o que isso significa e o que tem a ver com fotografia. Vamos lá?
O que é um histograma?
Quando você faz um exame médico, geralmente o nome dele é parecido com o termo que estamos utilizando hoje, não é mesmo? Hemograma, Encefalograma são alguns exemplos de exames médicos. Na fotografia, histograma não é muito diferente de um exame, apesar de não ser médico e não ter nada a ver com isso. Mas, sim, histograma é um exame, mas das diferentes intensidades de luz em uma imagem. É a representação delas em forma de gráficos e provavelmente você já se deparou com essa forma em sua câmera, apesar de talvez ainda não ter conhecimento do fato por desconhecer o assunto, mas por pouco tempo!
Visualização do histograma
Na maioria das câmeras compactas não é possível a visualização do histograma. Mas, você consegue vê-lo em praticamente todas as câmeras manuais. Para você ter uma ideia do que estamos falando, pode olhar as imagens que dispomos e também imaginar uma montanha cheia de picos, contornada por um retângulo. Parece que não tem muito sentido, é apenas um desenho para muitos, mas para os fotógrafos profissionais, a visualização de um histograma mostra informações muito valiosas.
Aqui você pode ver o histograma lido por três programas de pós produção diferentes e eu escolhi essa foto que fiz um show da cantora Soledad aqui no Rio, porque a iluminação de todo o show era predominantemente vermelha e azul e assim fica mais fácil a identificação dos canais.
Na primeira imagem a visualização foi feita pelo ACDSEE PRO 7 e estão habilitados os canais de red (vermelho), blue (azul) e luminosity (luminosidade), aliás o que eu costumo usar mais.
Nesta imagem a visualização pelo Adobe Camera Raw e percebe-se claramente que a leitura é a mesma nos três programas!
Já no Adobe Photoshop CS6, você tem a possibilidade de visualização mais clara, a que eu mais gosto, você pode ver os 4 canais separados, ou na primeira caixa de diálogo, colocar para “cores” e visualizar tudo junto.
E como eu leio isso?
Horizontalmente, podemos verificar 256 tons de luminosidade ao ler um histograma. A leitura é de 0 a 255 e deve ser feita da esquerda para a direita. O número 0 significa a cor preta e vai tendendo ao cinza e clareando cada vez mais, sendo que o 255 é a cor branca. Os tons mais escuros ficam entre 0 e 127 e os mais claros de 128 a 255.
Analisando o histograma verticalmente, são 100 níveis a serem considerados. A leitura se faz de baixo para cima e de 0 a 100. Quanto maior a área da imagem com determinado tom (preto, cinza ou branco), maior será o seu nível na escala vertical, mais próximo ao 100.
Facilitando com exemplos
Portanto, pegando uma imagem toda branca, isso quer dizer que ela está em 255 na escala horizontal e só pode estar em 100 na escala vertical, pois o branco ocupa toda a imagem. No histograma, a representação seria uma única linha vertical, no topo e na direita.
Mas, se a imagem fosse totalmente preta, seria o contrário. O tom de luminosidade é zero e, como ocupa toda a imagem, na linha vertical fica em 100. Representando graficamente, teremos uma linha até o topo também, mas dessa vez se situando à esquerda.
E com os tons intermediários? Se ocuparem toda a imagem, a linha vai até o topo também, representando cem por cento da escala vertical. O seu lugar na escala horizontal vai depender do tom de cinza, se for mais claro ou mais escuro. Se for mais escuro, ele estará mais para o lado esquerdo e, se for mais claro, para o lado direito.
Entenderam? Ficou mais fácil com os exemplos dados? É difícil você fazer uma foto completamente branca, cinza ou preta, mas precisamos dar esses exemplos para você entender como funcionam as escalas de histograma.
Veja nesta imagem que fiz em duas situações diferentes, de dia, sem flash e depois à noite, também sem flash, você percebe que mesmo com as velas acesas, existe muito mais informações de sombras na imagem da esquerda do que da direita. E mesmo que isso não fosse visível, o histograma está aí pra não deixar a gente se enganar.
Analisando fotos com um histograma
Tendo como modelo uma foto comum, podemos fazer uma análise de histograma da seguinte forma: imagine uma pessoa posando em frente a um fundo branco, uma parede, por exemplo. Chamamos esse gráfico de high key, ou seja, o gráfico de histograma estará muito mais para a direita do que para a esquerda. Agora, analise uma foto de alguém em locais externos, à noite. Como o fundo é escuro e há pouca iluminação, vocês já devem saber a resposta: o histograma penderá para a esquerda. Esse gráfico é chamado de low key. Fácil, não é?
É possível fazer correções no histograma e, claro, na foto, através de editores de imagens que tenha a opção de ajustar os níveis.
Silhuetas e imagens com contraste
Como aparecem as silhuetas nos histogramas? Nesse tipo de fotos, o fundo é claro, mas as pessoas estão com contornos escuros. A resposta é: os picos do gráfico, nesse caso, se concentram nas pontas externas, devido ao contraste entre os tons muito diferentes.
Nos gráficos com tons de alto contraste, com muitos tons claros ou escuros, a leitura é em forma de U, uma curva central.
Imagens com pouco contraste representam ausência total de tons muito claros ou muito escuros e o gráfico fica com predominância no meio, nos tons cinza.
Como deste simpático gato que algum dia em algum lugar cruzou na minha frente, e pra minha agradável surpresa, descobri que dentre as minhas zilhões de fotos que era o exemplo perfeito! Valeu gatinho!
Câmeras digitais
A maioria das câmeras digitais são melhores para produção de fotos low key do que high key, pois elas previnem que a imagem tenha brilho suficiente para produzir um tom branco puro, mesmo em fotos escuras.
E como você já percebeu é mais fácil equilibrar as fotos de dia.
Eu fotografei muitos anos eventos e tenho muitas fotos que mesmo pós produzidas tem mais informações de sombras, o que é natural já 99% eram eventos noturnos, da mesma maneira que todas fotos de estúdio que eu fiz, tem muito mais informação de luz por estarem em ambiente de luz controlada como essa aí debaixo!
E porque preciso saber ler o histograma?
O histograma é garantia de você visualizar o quanto de luz tem sua foto, não é uma realidade para muitos fotógrafos ou entusiastas, terem monitores calibrados.
Se você manda imprimir uma foto e ela sai muito escura ou muito clara em relação ao que você viu no seu monitor, através do histograma você vai descobrir se a foto realmente está com algum problema, ou se é o monitor que está. Eu utilizo muito isso nos meus workshops porque dependendo do ângulo em que vejo a foto do meu aluno e muitas vezes esses câmeras estão no sol, só o histograma garante que a fotometria realmente está correta.
Ou seja, ele te orienta mostrando a equação das luzes na sua foto.
Ah, então não pode estar nem pra direita, nem pra esquerda, tem ficar no meio? Não, sempre utilize 3 parâmetros, a fotometria, o histograma e o seu bem mais valioso, o bom senso. Nesta foto do estúdio aí de cima, poderia até arriscar a dizer que está quase estourada, mas na verdade ela está com a luminosidade que eu quis.
Se eu uso sempre? Sempre que fico na dúvida, mesmo que a fotometria esteja correta, se eu por acaso achar a foto “estranha”, eu recorro a visualização do histograma! E em dois momentos ele me salvou. O primeiro quando troquei de lugar para as minhas impressões rápidas, e “rapaz da impressão” insistia que era a minha foto que estava escura e não a auto-correção do equipamento que ele estava usando que detonava tudo. E outra, em um evento de impressão na hora, o técnico responsável pela impressão insistia que minhas fotos estavam estouradas, após comprovação do histograma, e reinstalação do driver, tudo ficou perfeito!
Lembrando que cada equipamento vai ter um maneira diferente de acionar a visualização desse histograma, olhe no seu manual, e só uma dica, nas câmeras Nikon, é bemmm complicado configurar, mas uma vez feito, é só usar!
Dúvidas, críticas, sugestões e por que não elogios 🙂 coloquem aqui nos comentários!
Hasta!
Bingo!
"Se eu uso sempre? Sempre que fico na dúvida, mesmo que a fotometria esteja correta, se eu por acaso achar a foto “estranha”, eu recorro a visualização do histograma!"
Obrigado.
Valeu Luiz por compartilhar o que faz!
Engraçado, mas na minha Nikon D3100 não é nada complicado acionar a visualização do histograma quando você está olhando as fotos, basta apertar para baixo no seletor circular, rsrs. Parabéns pelo post, bem esclarecedor!
Oi Bruno, que sua Nikon já está configurada para a visualização, mas vários modelos não vem de fábrica e o caminho é no mínimo "divertido"! 🙂
Obrigada pela interação.
Abraços,
Simxer
Ótimo post, me ajudou a compreender melhor sobre o histograma, sim.
Gostaria de um post sobre como usar o Flash Sb600 e Sb910 da Nikon nos modos TTL, Manual e Multi.
É assunto extenso mas poderia ser dividido em vários post, não tem muito na NET sobre isso somente Flash usado no tripé… preciso de flash sobre a máquina.
Agradeço.
Sucesso!
Cristina.
Oi Cristina, obrigada pela leitura e achei uma ótima sugestão! Anotadíssima!
Abraços,
Simxer
muito bem explicadinho, adorei, pense sempre em mim nos posts, acompanho TUDO atentamente…
:)) Obrigada Carla!