Arte, Henri Cartier Bresson e VOCÊ!
Inauguro com esse artigo, uma seção que eu acho muito importante pra todos os fotógrafos iniciantes e amadores, a sessão “Inspire-se”.
Nela vou trazer inspirações e referências, projetos fotográficos e artísticos, porque desenvolver é preciso! As mais belas fotografias traziam em si uma mensagem e conseguir passar o que queremos pode ser mais complicado que se imagina, mas jamais impossível!!
Há quem diga que uma imagem diz mais que mil palavras e devemos concordar, mas fazer com que essa imagem passe isso, é um longo caminho de estudo e preparação para os caminhos estreitos que regem a arte, a fotografia, a criação, o olhar, a direção e o click por final, então vamos juntos, eu e você, nesse caminho repleto de imagens lindas, impactantes e muitas vezes determinantes pra que a gente direcionar nossa fotografia.
A importância da arte no olhar fotográfico
Quando pensamos sobre Arte automaticamente nos vemos imaginando quadros e pintores famosos, mas o conceito engloba muito mais manifestações e pode ser tão amplo que muitas pesquisas e teses são feitas por estudiosos tentando delinear os fundamentos e características do que pode ser apontado como Arte, causando uma eterna questão por onde quer que seja proferida.
A palavra em si deriva do Latim ars que significa habilidade/técnica, apontado que toda criação humana pode ser considerada tal, porém ainda temos parâmetros como estética e conceito que refinam o termo, transformando a palavra em ato e o ato em criação.
A fotografia por sua vez vem da palavra grega fos e grafis ou grafê, que traduzindo para nossa linguagem comum, seria algo como “desenhar com luz e contraste” e se enquadraria em técnica, que poderia então se englobar em Arte, mas algo muito mais peculiar e delicado afirma isso, o fato de que muitos fotógrafos podem ser considerados artistas.
Todo o processo criativo e de composição do fotografo se enquadra na criação que produz a obra. Estudar referências e conceitos mais puros é necessário para refinar o olhar e tornar a prática um processo mais complexo, trazendo para a imagem muito mais significado e profundidade.
Desde 1826, quando se acredita foi tirada a primeira fotografia pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, os caminhos se alongaram e agora além de dispormos de vários tipos de câmeras e técnicas, temos uma quantidade imensurável de meios que podem nos auxiliar na busca por referências, nunca foi tão fácil buscar conhecimento, mas ainda é necessário saber: o que buscar?
“ Vue de la fenêtre du domaine du Gras” 1826-1827, a primeira fotografia da história, feita por francês Joseph Nicéphore Niépce.
Henri Cartier-Bresson, pai do fotojornalismo iria afirmar que “Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.” É encontrar a fina linha de equilíbrio entre a técnica, o olhar e a composição. Isso pode ser um processo lento, cheio de descobertas do próprio fotografo de como ele vê o mundo, em qual ângulo e perspectiva ele quer compartilhar.
Observar é preciso
A banalidade pode ser retratada da forma mais complexa possível ou o grandioso pode ser desenvolvido por meio de um olhar minimalista, tudo depende da proposta do fotografo, mas qualquer que seja a intenção é preciso treinar.
Andar pelas ruas, construções e pessoas, ver o fantástico não é algo restrito apenas quando se está num mosteiro na Itália ou no pico de uma montanha, a vastidão da perspectiva está em todos os lugares. Um casebre pode ser um palácio, quando bem colocado.
Lucas Zimmermann, série “Traffic Lights”.
O ponto de vista do fotografo deve estar impresso em sua obra, como um estilo de pincelada do pintor ou a narrativa única do escritor. Traçar uma identidade só pode ser obtido quando apuramos nosso olhar também para dentro, para nossos anseios e o que esperamos do mundo, quando pesquisamos em nosso próprio arsenal de memórias aquilo que está disponível no nosso eu mais profundo e no que isso pode contribuir para a obra.
Lucas Zimmermann viu em simples semáforos a luz que revelava encruzilhadas e encontros, algo que passaria despercebido a quase qualquer um, sem um olhar treinado para encontrar sinais de potencial.
Direção de Arte
Este é um termo muito comum no cinema e teatro e podemos ver quem ganhou o Oscar desta categoria anualmente, mas em fotografia a Direção de Arte pode ser o que determina a qualidade da proposta e pode ser desenvolvida pelo próprio fotografo, amador ou profissional.
O Diretor de Arte é quem vai incorporar toda a concepção artística da imagem, que irá trabalhar no design do cenário ou na proposta, usando um tema ou mensagem, podendo ser direcionada ao marketing, moda, autoral ou qualquer outro tipo de finalidade.
Seria a mente por de trás do visual e 10 entre 10 Diretores de Arte confirmam que nada são sem referências de um leque variado, de pinturas a cultura pop, do cinema a natureza, como já dizia o velho ditado “Nada se cria, tudo se copia” e a direção pode ser a junção de todas as criações com um intuito claro de levar arte para uma foto por vezes comum.
“ Run to home” Elizabeth Gadd, 2013.
O uso do meio ambiente, o balanceamento e o projeto por de trás pode ser simples, como as imagens de Elizabeth Gadd que começou de forma amadora fotografando seus animais e o arredor da onde vive, no Canadá.
Inicialmente ela fazia uso das montanhas, da luz, do horário do dia e chegou a usar nitidamente algumas obras como inspiração, contos e fábulas. O que mostrou também o diferencial não foi só o bom uso da câmera, mas o bom uso do olhar.
Espero que tenha se inspirado e que o artigo possa ter influenciado pelo menos em 1 pixel na sua próxima foto!
Se tiver algo que tenha sido determinante e influenciado sua maneira de fotografar, compartilhe com a gente nos comentários!
Ótimas inspirações e até a próxima!
Fantástico !!! Parabéns….
Muito bom!!!!
Vou aguardar os próximos!!!
Parabéns!!
Muito obrigada Glênio!!